terça-feira, 21 de janeiro de 2020

4 mini-livros para baixar de graça em PDF! Cortesia da Editora Boitempo.

4 mini-livros para baixar de graça em PDF! Cortesia da Editora Boitempo.

A mulher negra como teórica social crítica, de Patricia Hill Collins
https://boitempoeditorial.files.wordpress.com/2019/12/minilivroboitempo_patricia-hill-collins.pdf

Uma breve biografia de Karl Marx, por Friedrich Engels
https://boitempoeditorial.files.wordpress.com/2019/12/minilivroboitempo_marx-pelos-marxistas.pdf

A história oculta da fofoca, de Silvia Federici
https://boitempoeditorial.files.wordpress.com/2019/12/minilivroboitempo_a-histc3b3ria-oculta-da-fofoca_silvia-federici.pdf

Apostila: “A democracia pode ser assim: história, formas e possibilidades”, com aulas de Marilena Chaui, Antonio Carlos Mazzeo, Virgínia Fontes e Luis Felipe Miguel, e textos de apoio de Raymond Williams, István Mészáros, Wolfgang Streeck, Christian Laval e Pierre Dardot
https://boitempoeditorial.files.wordpress.com/2019/12/minilivroboitempo_a-democracia-pode-ser-assim.pdf

Racismo religioso e terror


21 de Janeiro - Lei 11.635 de 27/12/2007

Os níveis de intolerância  extrapolaram todos os limites e o principio da tolerância foi deturpado. Sobre racismo religioso veja o que diz essa reflexão:
https://periodicos.ufpb.br/index.php/problemata/article/view/49125

Dia Internacional da Mulher


Premio à Ensaios Feministas

https://editoracontracorrente.blog/2020/01/21/1o-premio-marielle-franco-de-ensaios-feministas/

Brasil, maior população negra fora da África!

https://youtu.be/m6NJQyRPW7o

21 Dias de Ativismo Contra o Racismo



INSCRIÇÕES ABERTAS!!!!

A 4ª edição dos "21 DIAS DE ATIVISMO CONTRA O RACISMO" aguarda a inscrição de sua atividade, buscando criar ações de combate ao racismo e todas as formas de opressão.

Venha fortalecer esta Campanha!!!
Preencha e envie o formulário abaixo para fazer parte da AGENDA OFICIAL.

Corra! Não fique de fora desta...

Inscrições até o dia 10/02.
https://forms.gle/21G8vUnUnDDyVFdYA

#21dias

PRÓXIMA REUNIÃO DE PLANEJAMENTO DA CAMPANHA 21 DIAS
SÁBADO, 25/01 ÀS 10H.

Comissões, discussões e muita união para realizar a Campanha 2020, vem com a gente!

Assim como nos anos anteriores, a quarta edição tem o objetivo de criar e fortalecer ações de combate ao racismo e todas as formas de opressão. Os “21 DIAS DE ATIVISMO CONTRA O RACISMO” é uma campanha coletiva que envolve várias organizações entre Universidades, Movimentos Sociais, Sindicatos, ONG´s e pessoas de referência na luta contra o racismo, que se juntaram para criar uma agenda de atividades pacificas e autogestionadas, focadas na reflexão sobre o combate a discriminação racial.

Local: Casa Marx
Rua da Lapa, 161 - Centro, Rio de Janeiro – RJ.

Esperamos vocês!!!
https://www.facebook.com/events/253444355636765/
https://www.facebook.com/21diasdeativismo/

#21dias



Instituto Marielle Franco

Importante: A conta oficial do Instituto Marielle Franco no Twitter acaba de ser lançada!

Vamos seguir e divulgar para fortalecer esse canal de informação, que será uma importante ferramenta para combater as fake news sobre Marielle e ajudar a defender sua memória e legado!

Link: http://twitter.com/inst_marielle

Ajude espalhando nas suas redes sociais. 🌻🌻🌻

Vidas Negras

https://youtu.be/67QESXGRnTQ

Reunião da Coordenação Ampliada do FEMNegrasRJ

REUNIÃO DA COORDENAÇÃO AMPLIADA DO FEMNegrasRJ

18 de janeiro 2020- MAÚA /RJ

PROGRAMAÇÃO:

Ø  9:00/9:20 - Chegada – café
Ø  9:30- Início da reunião

Proposta de pauta
Para cada ponto podemos eleger, 1 pessoa para apresentação, 1 para coordenação e 2 para fazer a memória.
1) Organograma/ estrutura do FEMN-Rj (Discussão, encaminhamentos e aprovação na roda)

a)      Coordenação ampliada
b)      Pleno (todas as Pretas)
c)      Operativa / executiva
d)      Gts( comunicação, violência,....)
e)      Plenárias ampliadas regionais
Composição, avaliação, critérios, responsabilidades e penalidades

2) Representação e Representatividade (Cedim, Cedine ,Cevenb,GT de Mulheres Negras da OAB,Sankofa,Vitrine Negra,...)
Ø  11:15 – esticar as pernas/levantar da cadeira
Ø  11:30 – divisão dos grupos (discussão e encaminhamento para cada item)
a)      Fortalecimento do FEMN
b)      Fortalecimento dos fóruns Municipais
c)      Calendário das atividades
d)      Plano de ação
e)       
f)        
Ø  13:00 – almoço
Ø  13:40 – Retorno aos grupos
Ø  15:30- retorno para roda

a)      Apresentação, discussão e aprovação das propostas dos grupos
Ø  17:00/17:30 – Voltar para casa.



Visite nossa pagina no face:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=3649746585050655&id=1003630546328952

Mulheres Negras do Rio de Janeiro e as situação sociopolítica: construindo o Plano Estadual

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfSvZlqnq69MhAeq9jn8iUOlih9ietX5GANT6x4KJ3zk7vSpw/viewform?vc=0&c=0&w=1

segunda-feira, 25 de março de 2019

Contexto geral de mobilização para a 3ª Marcha de Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro

Para a realização da 3ª Marcha de Mulheres Negras do estado Rio de Janeiro o FEMN/RJ criou e colocou em prática estratégia de mobilização envolvendo todas as regiões do estado. Isso tem resultado em ações/atividades de seminário, plenárias e panfletagem nos municípios em diálogo permanente com organizações locais de mulheres negras. Nesse processo de mobilização foram realizadas e/ou já estão programadas 7 plenárias/seminários locais/regionais. Essa estratégia também inclui reuniões e negociações com o poder público local buscando sua co-responsabilidade por apoiar a participação dessas organizações na 3ª MMN/RJ. Finalmente, no que diz respeito às estratégias de mobilização sublinhamos também as ações de panfletagem nos municípios e bairros do Rio de Janeiro interagindo com a população local e, em especial, com as mulheres nesses seus territórios. Nessa iniciativa de panfletagem a recepção à proposta da 3ª MMN/RJ tem obtido reposta muito positiva. Nessas situações tem sido enfatizado o significado de, no ano de 2017, o Rio de Janeiro comemorar os 10 anos do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no Estado do Rio de Janeiro, reforçando, objetivamente, a compreensão de que Nossos Passos Vem de Longe. Além disso, esses momentos tem sido uma oportunidade de divulgar as negociações que resultaram na recente aprovação do Fórum Permanente de Diálogo de Mulheres Negras com a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), que deverá se constituir em importante canal de discussão e aprimoramento de políticas públicas destinadas a assegurar os direitos das mulheres negras do estado do Rio de Janeiro.


Rumo à 5ª Marcha de Mulheres Negras RJ

Mobilização e participação do FEMN/RJ na Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem-Viver (Brasília, Novembro de 2015) Mais recentemente, essa forma de atuação e representação orientou as estratégias de mobilização do Fórum para que as mulheres do Rio de Janeiro participassem da Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem-Viver, realizada em Brasília, em 18 de novembro de 2015. Essa iniciativa criou um Comitê Nacional Impulsor, responsável decisões estratégicas de organização, e composto por representantes de articulações e redes com atuação nacional. Entre essas organizações, o Fórum Nacional de Mulheres Negras contou com duas representantes, entre elas uma representante do FEMN/RJ. O Rio de Janeiro foi o estado com o maior número de mulheres negras presentes a essa Marcha de Mulheres 2015: mais de 1.500 mulheres negras. No processo de mobilização, o FEMN/RJ conseguiu empreender negociações que garantiram o fretamento de 21 ônibus, apoiados pela Prefeitura da cidade do do Rio de Janeiro, CUT/RJ, UGT/RJ, PT/RJ, Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (FAFERJ), UNEGRO/RJ, mandato da deputada federal Rosangela Gomes. Essas negociações resultaram na participação de mulheres negras dos municípios de Campos, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis, Rio de Janeiro (Capital), São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Volta Redonda, Petrópolis, Rio de Janeiro – Pós-Marcha das Mulheres Negras 2015 Em dezembro de 2015, o FEMN/RJ realizou reunião de avaliação do processo de mobilização e participação na Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem-Viver. com a participação de representantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e de outros municípios do estado. Nessa reunião foi defendida, por unanimidade, a necessidade de dar continuidade às ações de mobilização das mulheres negras do Rio de Janeiro, buscando a visibilidade dos processos de organização e pauta de reivindicações e realização da 2ª Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, como parte das comemorações do Dia da Mulher Negra Latino-americana do Rio de Janeiro. A 2ª Marcha das Mulheres Negras foi realizada na Praia de Copacabana, no dia 31 de julho de 2016, com aproximadamente 2.000 participantes. Nessa oportunidade, o FEMN/RJ elaborou e divulgou o Documento Marcha de Mulheres Negras 2016, com avaliação sobre a situação das mulheres negras no Rio de Janeiro e pauta de reivindicações. Os resultados positivos de iniciativa é que inspira o FEMN/RJ a realizar, em 2017, a 3ª Marcha de Mulheres Negras do estado do Rio de Janeiro, fazendo 3 desse o momento de celebração dos 10 anos da Lei 5071/2007, que institui o dia 25 de Julho – Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, no calendário que comemorativo do estado do Rio de Janeiro. Em 2018 nossa luta foi enlutada pelo assassinato de Marielle e Anderson!

Neste ano de 2019, a Marcha das Mulheres Negras acontecerá no dia 28 de julho!

Articulação institucional do FEMN/RJ


O FEMN/RJ tem histórico amplo de articulação com representações locais, regional e nacional de mulheres e população negra. No âmbito estadual, destacam-se a participação de representantes no: Conselho Estadual da Mulher (CEDIM), Conselho Estadual dos Diretos dos Negros (CEDINE), Comitê Municipal de Saúde da População Negra, Comitê Municipal de Saúde da População Negra, Conselho Distrital de Saúde, Fórum de Mulheres das Centrais Sindicais, Fórum 8 de março – articulação responsável por conduzir as ações unificadas das organizações de mulheres para as comemorações do Dia Internacional da Mulher na cidade do Rio de Janeiro. No âmbito nacional, destacam-se, entre outas, a vinculação ao Fórum Nacional de Mulheres Negras.

Quem Somos


O Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro (FEMN/RJ) foi criado em finais dos anos 1980, como decorrência do processo de mobilização na realização do I Encontro Nacional de Mulheres Negras, realizado em Valença (RJ), em dezembro de 1988. O FEMN/RJ nasce tendo como objetivo constituir-se em um espaço democrático de discussão e articulação política com o intuito de contribuir para o fortalecimento institucional das mulheres negras organizadas em diversos segmentos da sociedade civil. Desde então, o FEMN/RJ tem tido o compromisso de dar visibilidade às conquistas coletivas das mulheres negras e, também, às intervenções de enfrentamento às situações de discriminação racial e racismo que fazem parte, delituosamente, do quotidiano das mulheres negras por todo o país. Nessa perspectiva, o FEMN/RJ tem entre as sua prioridades reunir as mulheres negras para a formulação coletiva de propostas e projetos que incidam sobre o aprimoramento das políticas públicas, buscando garantir a sua eficácia na redução das desigualdades étnico/raciais, no combate a discriminação especifica sofre as mulheres negras quando comparadas às mulheres brancas e, também, buscando garantir o empoderamento das mulheres nesse processo de intervenção pública. Objetivos e linhas de atuação do FEMN/RJ O Fórum mantém os objetivos que lhe deram origem: mobilizar as mulheres negras para que essas participem e interfiram nos processos de elaboração de políticas públicas locais, dialoguem com o poder público e outros segmentos organizados da sociedade civil para garantir a perspectiva de combate à discriminação racial, à superação das desigualdades étnico/raciais e, principalmente, os direitos das mulheres negras a uma vida digna em amplo sentido. Todas as intervenções do FEMN estão voltadas a assegurar os direitos sociais, econômicos, culturais e políticos das mulheres negras como princípio fundamental à sua cidadania, autonomia, autoestima e empoderamento. Direitos essenciais a uma vida sem violência. Ao longo de sua história, o FEMN/RJ tem atuado intensamente em atividades de formação de quadros, realizando reuniões com grupos de mulheres negras de vários municípios do estado, participado e proposto audiências públicas junto aos representantes dos poderes legislativo e executivo, além da organização de marchas e manifestações , o objetivo é dar voz às demandas e interesses das mulheres negras do estado do Rio de Janeiro. Com essa perspectiva de atuação, o FEMN/RJ se constituiu como espaço coletivo de organização pluralista das mulheres negras no estado do Rio de Janeiro, garantido a participação plena de mulheres negras com inserção em distintos segmentos da sociedade civil organizada: organizações do movimento negro, organizações do movimento de mulheres e/ou feministas negras, associação de moradores e favelas, Povos e comunidades tradicionais de de matriz africana, organizações cristãs, organizações católicas, sindicatos, órgãos de classe, partidos políticos, grupos e agremiações culturais, por exemplo.

Convocatória

Vem ai 2ª Plenária Estadual do Fórum Estadual de Mulheres Negras

Luto na luta!

Este blog tem estado congelado desde março de 2018. Sua última postagem dá conta de fazer a crítica a intervenção. Apenas dez dias depois uma vereadora leita com mais de 46 mil votos é assassinada é mais de um ano depois os órgãos competentes não deram conta das respostas.

Neste pouco mais de um ano, não ficamos paradas. E nossa retomada a este espaço de informação trás algumas dicas de leitura em links de assuntos relacionados as nossas pautas e te atualizar sobre nossas ações.

Neste link podemos observar os impactos da campanha "Eu voto nas Pretas"
https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/rio-de-janeiro-e-o-estado-com-mais-mulheres-negras-concorrendo-em-2018/

Aqui você pode encontrar um artigo sobre os desafios de ser Mulheres Negras
ttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_hist_ufpr_marciadevargas.pdf

Neste link você acompanha nossa atuação no Fórum Social Mundial de 2018 na Bahia e tb enc
https://wsf2018.org/grupos/forum-estadual-de-mulheres-negras-rj/

Noticia do Fórum de Mulheres Negras do Espirito Santo
https://seculodiario.com.br/public/jornal/materia/forum-de-mulheres-negras-do-estado-se-mobiliza-para-encontro-estadual-e-marcha

Aqui vamos ter noticia do Fórum Permanente de Dialogo das Mulheres Negras com Legislativo, empreendedorismo politico do Fórum de Mulheres Negras
http://radioagencianacional.ebc.com.br/direitos-humanos/audio/2017-07/alerj-cria-forum-permanente-de-dialogo-com-mulheres-negras-para

Nosso face: https://www.facebook.com/FEMNEGRASRJ/


DE MULHER NEGRA PARA MULHER NEGRA

Havia uma aldeia. Um dia chegou a essa aldeia uma amazona de torço estampado de esperança, montada num cavalo negro como nossa ancestralidade.

E ela, como um antigo “griot”, contava e contava histórias.

Histórias das mulheres guerreiras, histórias dos Núbios, de civilizações egípcias cor da noite que construíram a base da humanidade. Contava história de Nani, no centro da América defendendo seu povo.

O que ela queria, todo tempo, era passar para o povo da aldeia o entendimento daquilo que eles viam a seu redor. O tempo todo ela contava a perspicácia dos caminhos que outras tribos percorreram. Ela transmitia CONHECIMENTO.

A idéia de liberdade passada por essa amazona, de torço estampado de esperança, montada em seu cavalo negro como nossa ancestralidade era tanta, que várias outras aldeias, tribos, estados pararam para ouvi-la.

E absorviam cada idéia contada por ela.

Um dia, quando a aldeia acordou, percebeu que ela havia partido.

Todos ficaram perplexos, confusos... Como? Quem nos contaria outras histórias, quem?

A aldeia caiu em desânimo, tamanha era a falta que fazia a amazona de torço estampado de esperança, montada em seu cavalo negro como nossa ancestralidade.

De repente, as pessoas se entreolharam e compreenderam que ela precisava continuar o seu caminho e que caberia a cada um transformar a semente deixada em substância. Caberia a cada aldeia, cada tribo, cada estado que bebeu de suas idéias, difundi-las. Grande era essa tarefa, pois caberia a todos eles, a todos Nós, tornar os homens e mulheres conscientes de sua negritude.

Valeu, Lélia Gonzalez!

(Texto de Néia Daniel - Rio de Janeiro, julho de 1994)

domingo, 4 de março de 2018

Nota Femnegras RJ : PORQUE NOSSAS VIDAS IMPORTAM!


 PORQUE NOSSAS VIDAS IMPORTAM!


Intervenção federal e racismo: nossas preocupações!

O Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro, organização de mulheres negras que atua no combate ao racismo, sexismo, pobreza e todas as formas de violência contra a mulher negra, assim como no papel de identificar seus desdobramentos violentos. É deste lugar que nos dirigimos aos senhores: presidentes, respectivamente, da Câmara dos Deputados e Senado Federal -  Rodrigo Maia ( DEM-RJ) e Eunício de Oliveira ( MDB – CE) e também ao Presidente da República, Michel Temer, ao Ministro da Segurança Pública Nacional, Senhor Raul Jugmann, ao Senhor General Braga Netto, interventor federal e `a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.


Hoje o estado do Rio de Janeiro está sob intervenção. Entendemos que se trata de intervenção militar do governo federal na segurança do estado, conduzindo a mesma, para o estabelecimento de novas estruturas de segurança da ordem pública (que sabemos que esta não se estabelece com polícia e forças armadas. Este momento, contudo, nos coloca em total alerta e assombro, uma vez que as experiências vivenciadas das ações do estado no combate á violência, em contato com crianças, jovens, mulheres e homens da população negra tem sido  na base do desrespeito, truculência, assassinatos, cuja eficiência é, exclusivamente no que tange a  violação dos a Direitos e dos Direitos Fundamentais.


 Fato que  necessita ser salientado é que nossas crianças e adolescentes, desde a mais tenra idade, têm crescido sob a mira  das armas, sejam estas dos   traficantes ou das   polícias o , construindo, no imaginário desses jovens, a convicção de que existe somente um caminho: o da força das armas. Independente do lado, não soluciona os problemas, apenas torna a morte violenta como algo rotineiro e banal, nós, deste estado assistimos a isso inclusive, durante a implementação das  UPPs, que  também trouxeram para nós experiências de abuso de toda ordem, principalmente os direcionados `as mulheres e sobretudo as mulheres negras jovens moradoras daquelas favelas  e, quando falamos de abusos, nos referimos também de assédio, agressão e estupro. Além do já relatado, protagonizaram a interrupção das práticas culturais , comunitárias e religiosas de nossas favelas: proibiram o Funk,   o Passinho, as rodas de rima. Expulsaram terreiros de candomblé e umbanda e hostilizaram membros das igrejas pentecostais. Somente terror, nenhuma ação tática ou de inteligência . Certamente não foram em todas, mas há muitos  artigos e matérias jornalísticas que confirmam esses  episódios de violência desgovernada.

 Vivemos em um país cujo o racismo é estrutural e, como tal, influencia todos sistemas que regem a sociedade e  assim como os referenciais simbólicos  que nelas habitam e, neste contexto, a população negra, especialmente os  jovens negros são vistos a partir de estereótipos que, de acordo com a ordem conservadora  e racista, justificam abordagens policiais abusivas, prisões infundadas e assassinatos.


O Rio de Janeiro é um estado cujo número de assassinato de jovens negros e negras tem sido crescente.
Só que entendemos que é da ordem da segurança pública garantir o direito da cidadã e do cidadão o direito à vida e, com ele , o direito de  expressarem suas diferenças individuais inclusive nas roupas, adornos e cabelos, sejam estes Black Power, Escovinha, Dread Lock, Coloridos, Trançados, Descoloridos ou  Do Jaca. Ainda pensando nos estereótipos, é direito de nossos jovens irem à praia, `a praça,  ao parque no tempo que desejarem, desfrutando do Direito de ir e vir, sem que isso ressuscite os já revogados Lei da Vadiagem ou Ato de Resistência.

Colocamos nossas preocupações como ativistas e também nosso  o desejo de que esta ação interventora, que deverá ser estratégica e planejada, não ultrapasse o âmbito da segurança pública, respeitando o Estado Democrático de Direito, no que se refere aos atos políticos e manifestações públicas,  como preconiza a nossa Constituição Federal, promulgada em 1988 .

Compreendendo que segurança pública deve envolver participação ativa de cidadãs, cidadãos e da sociedade organizada, temos a expectativa de que o plano para o enfrentamento `a violência seja apresentado para a  população do Rio de Janeiro e que deixe público  quais as metas e  prazos e que, de forma alguma, referende repressões, ações vexatórias, mandados coletivos, torturas de qualquer ordem  e, muito menos ações racista, em  que negras e negros sejam alvo.

Para melhor desenvolvimento do projeto de intervenção, reivindicamos que não seja esquecido que vivemos em um estado desgovernado e que a corrupção, os desvios, a lavagem de dinheiro, as negociatas e os roubos muito contribuíram para fragilizar a segurança, além de precarizarem os serviços essenciais à vida e ao desenvolvimento social e econômico.

Atentas às declarações do Presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia, realizada  sábado, dia 17 de fevereiro de 2018, e veiculada na tv  e na internet, sobre seu interesse de  que a intervenção seja organizada e efetiva em todo o Rio de Janeiro e , para tanto, pretende criar um observatório, considerando o papel da Câmara enquanto fiscalizadora das ações do governo federal e, neste sentido,  entendemos que seja pertinente criar, junto a este observatório, uma ouvidoria que recolha, dentre outras coisas, denúncias de  possíveis casos  de  violações de direitos humanos e que os fatos recebidos, apurados e em andamento sejam  amplamente divulgados em relatório periódico. De mesmo modo sejam apresentados dados da fiscalização das ações desta intervenção do governo federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro.

Por fim, reafirmamos a importância de que, em nome da segurança e da ordem pública, a Constituição Federal não seja violada ou que justifiquem o resgate de ações e práticas da ditadura e que, as ações espetaculares não nos matem, servindo apenas de um instrumento eleitoreiro para manutenção do golpe e dos golpistas no poder.

MULHERES NEGRAS, CORAGEM, RESISTÊNCIA E DETERMINAÇÃO - PORQUE NOSSAS VIDAS IMPORTAM!

Assinam: Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro
femnegrasrj@gmail.com

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

LEI Nº 5071 DE 16 DE JULHO DE 2007

Institui no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha
O Governador do Estado do Rio de Janeiro:

Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art 1º - Institui no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro o Dia 25 de julho – Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha
Art 2º - Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação , revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 16 de julho de 2007

Sérgio Cabral
Governador

Portaria CEDIM nº 002

Estabelece a comemoração do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher

A Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDIM RJ, no uso de suas atribuições legais, e o que consta do processo E-06/28.065/2005,

RESOLVE:


Art 1º - Fica estabelecido que o Dia 25 de julho – Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha seja comemorado pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDIM/RJ

Art 2º - Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação , revogadas as disposições em contrário.


Rio de Janeiro, 25 de julho de 2005

Ana Maria Rattes
Presidente do CEDIM/RJ

CARTA DE PRINCIPIO DO FÓRUM ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS RJ

A história de luta das Mulheres Negras por seus direitos, é tão longa quanto a história deste país, embora não seja reconhecida, contada ou visibilidade, senão pelos esforços das próprias Mulheres Negras e suas organizações. Ao lado dos indicadores socioeconômicos, as práticas de discriminação racial cotidiana sejam institucionais ou em atitudes pessoais, demonstram que o preconceito racial permanecem como uma das maiores manifestações de desigualdades, intolerância e injustiça e, que vem marcando de forma cruel e perversa a realidade brasileira. Falar de Mulher Negra é falar de uma longa história de exclusão, violência, racismo e pobreza.
O racismo, conseqüência inevitável do colonialismo, se incumbiu de excluir a origem africana; enquanto o sexismo se encarregou de eliminar os registros da resistência e luta das Mulheres Negras no Brasil. As Mulheres Negras continuam na luta e reconhecemos o legado fundamental de todas que nos antecederam ao longo de nossa história. E como herdeiras deste processo contemporâneo, vimos desempenhando um papel relevante na construção da democracia em nosso país

O Fórum Estadual de Mulheres Negras tem como política de atuação continuar a luta de Dandara, Luiza Mahin, Rainha Nzinga, Lélia Gonzáles... e, dar visibilidade e empoderar as Mulheres Negras “anônimas” que são diretamente atingidas pela demanda de ausência de políticas que tratem das sua especificidades. Mulheres para quem o direito nunca foi concedido, mas sim arduamente conquistado. Mulheres que tem sido por nós, lentamente resgatada do legado da invisibilidade ao panteon de nossa referência de luta extraindo de lugares circunscritos e grupos específicos para dentro de um espaço de orgulho de ter sobrevivido a despeito do que foi imposto, com orgulho de quem possui o que nunca foi dado, mas conquistado. E neste movimento, excluir do anonimato, da exclusão. O Fórum Estadual de Mulheres Negras busca atuar na interlocução constante com os organismos públicos como forma de dialogar na direção de construção de uma sociedade mais justa e equânime. Neste sentido adotamos como principio:

• GARANTIR A AUTONOMIA E A RESPEITABILIDADE DO FEMN-RJ
• ORGANIZAR OS FMMN NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
• ESTABELECER PARCERIAS COM AS REDES ,CONSELHOS, ARTICULAÇÕES,FÓRUNS E DEMAIS ORGANIZAÇÕES COM REPRESENTAÇÕES NACIONAIS E ESTADUAIS
• RESPEITAR E CUMPRIR O REGIMENTO INTERNO DO FEMBN-RJ
• GARANTIR A SOBERANIA DOS FÓRUNS MUNICIPAIS
• BUSCAR ADVOCACY PARA DESENVOLVIMENOT DAS ORGANIZAÇÕES DE MULHERES NEGRAS
• INTERVIR NAS POLÍTICAS PÚBLICAS FAZENDO O RECORTE DE GÊNERO E RAÇA
• COMBATER O RACISMO E SEXISMO INCONDICIONALMENTE
CARTA DE PRINCÍPIOS

FÓRUM ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS –RJ

25 DE JULHO - DIA DA MULHER NEGRA LATINO-AMERICANA E CARIBENHA

Breve histórico da origem deste dia:

Em 1992, na República Dominicana, Mulheres Negras de diferentes países da América Latina e do Caribe se reuniram em Santo Domingo, com o objetivo de discutir temas de interesse e da realidade da comunidade negra desta região da Diáspora em busca de alternativas que permitissem o enfrentamento do racismo, sexismo e diversas formas de discriminação que as Mulheres Negras sempre sofreram no decorrer da história. A delegação, representada por treze brasileiras, teve importante atuação em defesa das Mulheres Negras do nosso país e na fundação da Rede de Mulheres Afro-caribenhas e afro-latinas.
Neste encontro, em articulação com as demais delegações, funda-se a rede de comunicação entre os países e fica definido o Dia 25 de julho, como o Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe, cujo objetivo foi garantir maior visibilidade e fortalecimento da luta das Mulheres Negras. Além da aprovação deste dia ficou deliberado, também, que anualmente, as instituições de Mulheres Negras, realizariam atividades e celebrariam esta data como forma de trazer para o debate às políticas públicas com recorte étnico-racial e de gênero.
No ano de 1996 na cidade de São José - Costa Rica, durante o II Encontro de Mulheres Afro-caribenhas e Afro-latino-americanas, ficou definido que o Brasil comporia, com sete Mulheres, a coordenação da Rede Latino-Americana e Caribenha, contemplando quatro regiões brasileiras. Atualmente esta rede de comunicação encontra-se em fase de rearticulação, sendo o Fórum Nacional de Mulheres Negras um importante protagonista neste processo. Portanto, a celebração do Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe, se articula com os objetivos do Fórum Estadual de Mulheres Negras na medida em que retira da invisibilidade as Mulheres Negras, amplia e fortalece as suas organizações e constrói estratégias para inserir os temas voltados para o combate da opressão de gênero, do racismo e das desigualdades, na agenda política do país.
As parcerias no âmbito regional, estadual, nacional e internacional, se concretizam através dos Fóruns, em conjunto com diversas organizações estaduais, contribuindo para ampliar o enfrentamento do racismo, se esforçado para dar visibilidade às realizações das Mulheres Negras, propondo, implementando e monitorando as políticas públicas de combate a todas as formas de sexismo, racismo e homofobia. Para tanto, é fundamental a intervenção do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro no cenário político, para que haja visibilidade à cultura afro-brasileira e fortaleça-se o diálogo entre o poder público e as organizações de Mulheres Negras.

Afinal, quando surge e qual é a contribuição do Fórum Estadual de Mulheres Negras do estado do Rio de Janeiro na garantia destas conquistas ?

Surge no Rio de Janeiro, na década de 80, tendo como principal objetivo constituir-se em um espaço democrático de discussão e articulação política, com o intuito de contribuir com o fortalecimento institucional das organizações e movimentos de Mulheres Negras organizadas dos diversos segmentos sociais.
Este Fórum tem tido o compromisso de dar visibilidade às conquistas e as intervenções de enfrentamento permanentes que travamos no nosso dia-a-dia para combater o racismo, sexismo e todas as formas de discriminação; sejam sociais e/ou políticas. Reunindo, organizando e fortalecendo ações de Mulheres Negras em diferentes municípios do estado do Rio de Janeiro.
A prioridade do FEMNegrasRJ é reunir-se com as Mulheres Negras para formulação de propostas e projetos com o objetivo de intervir nas políticas públicas, de forma a possibilitar o “empoderamento” e o crescimento político das Mulheres Negras, através de capacitações, atividades culturais, seminários, encontros, palestras, conferências em níveis local, estadual, nacional e internacional; garantindo assim participação e poder de discussão nas áreas de Educação, Saúde, Cultura, Habitação, Trabalho e Renda. Atingir este objetivo compreende a participação e a efetiva interação com importantes segmentos e setores da sociedade civil e articulação política nos estados e na federação.
Em 2004, no Seminário realizado pelo Fórum Nacional de Mulheres Negras, ratificou-se a data de 25 de julho como o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. O Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro tomou como estratégia a realização conjunta com o CEDIM (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher) uma semana de atividades.
Em julho de 2005, o Fórum Estadual, realizou um mês de atividades com exibição de filmes, seguido de debate, com temas enfáticos sobre a situação de opressão particular das Mulheres Negras; apresentação de dança do Fórum Estadual de Jovens Negras e das Baianas do Abarajé; relançamento do livro da escritora Negra Ilka Maria sobre anemia falciforme, seguido de palestra sobre o tema; exposições de artesãs Negras; exposição de fotos "Mulheres de Axé" e o Painel Mulher Negra tem História, com depoimento das Mulheres Negras que participaram da constituição do 25 de julho no ano de 1992.
Neste mesmo ano, o FEMNegrasRJ encaminhou ao Conselho Estadual de Direitos da Mulher, a proposta de instituir no calendário do CEDIM, o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Na mesa -MULHER NEGRA TEM HISTÓRIA - que marcava a culminância da realização do evento, foi anunciado a publicação da Portaria CEDIM nº 002 de 25/07/05, passando a estabelecer a comemoração do Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher.

Em 2006 o Fórum
Estadual de Mulheres Negras procurou a Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Etnia, Cor, Religião e Procedência Nacional da ALERJ para solicitar encaminhamento de um Projeto de Lei que viesse a reconhecer esta data no calendário oficial do estado do Rio de Janeiro, obtendo vitória com a sanção da Lei nº 5071/2007 (Publicada no Diário Oficial em 16.07.07), passando a instituir o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha como parte do calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro.
Conclui-se que a história de luta das Mulheres Negras por seus direitos, é tão longa quanto à história deste país. Embora não seja reconhecida e nem escrita oficialmente a visibilidade vem sendo conquistada gradualmente graças aos esforços das próprias Mulheres Negras e de suas Organizações.
Tanto os indicadores sócio-econômicos como as práticas de discriminação racial cotidiana, sejam institucionais ou em atitudes pessoais, manifestam-se numa demonstração velada de que o preconceito étnico-racial permanece como um dos fatores estruturantes das desigualdades, intolerância e injustiça; marcando de forma cruel e perversa a realidade brasileira. Falar de Mulher Negra é falar de uma longa história de exclusão, violência, racismo e pobreza. Falar de Mulher Negra é falar de mais de 30% da população brasileira e 43% da população Fluminense, de acordo com dados do IBGE, 2001.
De um lado o racismo - conseqüência inevitável do colonialismo - se incumbiu de excluir a origem étnica-africana, o sexismo - processo imposto pela cultura elitista, patriarcal e machista - se encarregou de eliminar os registros da resistência e da luta das Mulheres Negras no Brasil.
Para além de suas realidades locais, as Mulheres Negras continuam na luta pelo reconhecimento do legado deixado por importantes Mulheres que nos antecederam ao longo de nossa história. Portanto, como herdeiras deste processo contemporâneo, o Fórum Estadual de Mulheres Negras do estado do Rio de Janeiro, continua desempenhando relevantes contribuições para a construção e efetivação da democracia em nosso País.

DE MULHER NEGRA PARA MULHER NEGRA

Havia uma aldeia. Um dia chegou a essa aldeia uma amazona de torço estampado de esperança, montada num cavalo negro como nossa ancestralidade.

E ela, como um antigo “griot”, contava e contava histórias.

Histórias das mulheres guerreiras, histórias dos Núbios, de civilizações egípcias cor da noite que construíram a base da humanidade. Contava história de Nani, no centro da América defendendo seu povo.

O que ela queria, todo tempo, era passar para o povo da aldeia o entendimento daquilo que eles viam a seu redor. O tempo todo ela contava a perspicácia dos caminhos que outras tribos percorreram. Ela transmitia CONHECIMENTO.

A idéia de liberdade passada por essa amazona, de torço estampado de esperança, montada em seu cavalo negro como nossa ancestralidade era tanta, que várias outras aldeias, tribos, estados pararam para ouvi-la.

E absorviam cada idéia contada por ela.

Um dia, quando a aldeia acordou, percebeu que ela havia partido.

Todos ficaram perplexos, confusos... Como? Quem nos contaria outras histórias, quem?

A aldeia caiu em desânimo, tamanha era a falta que fazia a amazona de torço estampado de esperança, montada em seu cavalo negro como nossa ancestralidade.

De repente, as pessoas se entreolharam e compreenderam que ela precisava continuar o seu caminho e que caberia a cada um transformar a semente deixada em substância. Caberia a cada aldeia, cada tribo, cada estado que bebeu de suas idéias, difundi-las. Grande era essa tarefa, pois caberia a todos eles, a todos Nós, tornar os homens e mulheres conscientes de sua negritude.

Valeu, Lélia Gonzalez!

(Texto de Néia Daniel - Rio de Janeiro, julho de 1994)

CALENDÁRIO ANUAL DE PLENÁRIAS ORDINÁRIAS

Mês Dia

Maio 28
Junho 25
Julho 30
Agosto 27
Setembro 24
Outubro 29
Novembro 26
Dezembro 17

LOCAL: SALA DE REUNIÕES DO CEDIM - RUA CAMERINO, 51

Propostade Plano de Ação FEMNegras 2008

PLANO DE AÇÃO DO FEM NEGRAS RJ 2008*


ü Intervenção nos 16 dias de ativismo de violência contra a Mulher considerando que apesar de se ter noção de que as Mulheres Negras devam ser as mais agredidas física e psicologicamente, os dados são invisibilizados e ainda que também se constituem formas de violência contra as Mulheres Negras sua colocação na sociedade brasileira;
ü Intensificar nossa ação política no vinte e cinco de julho;
ü Intensificar nossa ação política no vinte de novembro com o II Encontro das Pretas Velhas do Samba;
ü Marcar o recorte étnico racial no oito de março;
ü Marcar o recorte étnico racial no trinta de abril(dia nacional da mulher);
ü Efetiva contribuição no fortalecimento da agenda do Congresso de Negras e Negros do Brasil no estado do Rio de Janeiro;
ü Fomentar debate aprofundado sobre o Plano Nacional de Igualdade Racial no Estado e participação das Mulheres Negras na II Conferência Nacional de Políticas de promoção da Igualdade Racial;
ü Intensificação de ações políticas que visem a implementação da Lei 10.639/03;
ü Contribuir com atos políticos que façam referência aos 120 anos da “Abolição”;
ü Edição de artigo sobre as “Rosas Negras” tendo como referencia históricas as frentenegrinas A elaboração da página na rede mundial de computadores como estratégia de visibilidade Intensificar articulações para realização de seminários e curso de formação política de Mulheres Negras;
ü Levantamento da data de fundação do Fórum para que seja feita uma comemoração específica;
ü Realização de atividade comemorativa de um ano da Lei estadual do Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha no palácio Guanabara, na ALERJ e no CEDIM;
ü Realização de atividade comemorativa de um ano da Lei nos municípios;
ü Reedição da cartilha em parceria com demais parlamentares;
ü Apoio ao projeto Negrania;
ü Apoio ao projeto Yalode;
ü Realização do Encontro Estadual do Fórum de Mulheres Negras em 2009.


* Aprovado na Plenária ordinária de 15/03/08 onde foram apontados os tópicos para seu posterior aprofundamento visando o estudo da viabilidade do fortalecimento das parcerias pertinentes a cada etapa do plano, para sua efetiva implementação.

Proposta de Regimento Interno do FEMNegrasRJ

FÓRUM ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS –RJ

REGIMENTO INTERNO

Art. 1º - DAS PLENÁRIAS
(1A)As Plenárias Ordinárias aconteceram mensalmente
(1)- As plenárias regionais ordinárias do FEMN aconteceram trimestralmente quadrimestralmente, nos municípios onde houver base do FEMN do estado do Rio de Janeiro fora da capital.
(2)- As plenárias extraordinárias ocorrerão sempre que se fizer necessário;
(3)- Se faz necessário convocar todas as instituições base do FEMN para as plenárias.
(3 B) As deliberações das plenárias ordinárias e extraordinárias serão preferencialmente por consenso, na impossibilidade,encaminha-se para o voto sendo um por instituição.
Art. 2º - DAS REUNIÕES
(4)- As reuniões ordinárias da Coordenação do FEMN serão realizadas as segundas e sextas-feiras de cada mês, mensalmente na sede de uma instituição base do FEMN em local definido pela coordenação;
(5)- As reuniões extraordinárias da Coordenação do FEMN, serão realizadas sempre que se fizer necessário;
(6)- Se faz necessário que se convoque às Coordenadoras do FEMN para as reuniões extraordinárias do FEMN;
ART 3º A – DA COMPOSIÇÃO DO FEMN

§1º - Comporá o Fórum Estadual de Mulheres Negras representante de entidades de Mulheres Negras, toda organização que tenha setorial ou nùcleo de Mulheres Negras com trabalho comprovado na intervenção na questão de gêneros e étnico racial no estado do Rio de Janeiro além de Mulheres Negras independentes;
§2º - O Fórum Estadual de Mulheres Negras é base do Fórum Nacional de Mulheres Negras;
§3º - Os Fóruns Municipais de Mulheres Negras são base do Fórum Estadual de Mulheres Negras;

Art.3° - DA COMPOSIÇÃO DA COORDENAÇÃO:
(7 A) As companheiras que se disponibilizarem a compor a coordenação estadual serão referendada em plenária específica;
(7)Poderá fazer parte da coordenação do FEMN a companheira organização que tiver participado de quatro (04)(08) reuniões, consecutivas do FEMN em 12 seguidas;
(8)- Somente poderá compor a coordenação uma representação de cada instituição apta para coordenação em conformidade com (7);
(9)- Poderá fazer parte da coordenação a organização que realizam trabalhos com mulheres negras, em conformidade com o Parágrafo Único do Art. 3ºA “Da composição do FEMN”bem como (7) Art. 3º.
Art. 3.1 – DOS DEVERES DA COORDENAÇÃO
(10)É dever das coordenadoras responder pelo FEMN em quaisquer cinscunstância Negras respeitadas as normas regimentais e em consonância com sua Carta de Princípios;
(11)É dever das coordenadoras representar o FEMN sempre que se fizer necessário, Negras respeitadas as normas regimentais e em consonância com sua Carta de Princípios;;
(16)É dever das coordenadoras fortalecer o FEMN junto as bases do FEMN, fomentando a organização dos Fóruns Municipais e de organizações de Mulheres Negras;
(12)É dever das coordenadoras repassar todas as informações relacionadas com o FEMN nas reuniões e plenárias;
(13)É dever das coordenadoras contribuir com a quantia de R$ 5,00 (cinco reais)R$ 10,00(dez reais) mensal para o FEMN em nome das organizações representadas;
(14)É dever das coordenadoras apresentar nas plenárias relatórios das atividades desenvolvidas e das representações realizadas;
(15)É dever das coordenadoras comporem às comissões políticas e de trabalho
(17)É dever das coordenadoras divulgar e fortalecer o FEMN a nível municipal, estadual, nacional e internacional(cabe ao nacional);
(18)É dever da coordenação divulgar para as instituições de base do FEMN e parceiras, nomes e contatos das coordenadoras do FEMN;
(19) É dever da coordenação realizar a leitura da ata da reunião anterior a cada reunião do FEMN;
(20) É dever da coordenação do FEMN divulgar para as instituições base do FEMN relatório semestral quadrimestral das atividades realizadas pelo FEMN;
(21) É dever das coordenadoras não faltarem a três reuniões consecutivas, salvo as justificadas. As justificativas serão avaliadas pelas coordenadoras presentes a reunião
Parágrafo Único – O Fórum Estadual de Mulheres Negras poderá estabelecer parcerias com ONGs, Redes, Fóruns, Conselhos, Articulações de âmbito nacional com representação no estado, para consecução de seus objetivos;


Art. 4º A – DAS PENALIDADES
§ - A companheira que ferir as normas regimentais ou a Carta de Princípios será desligada da Coordenação após a avaliação das coordenadoras, permanecendo como integrante da base do FEMN.
§ - Serão desligadas da coordenação, companheira que ocupar cargo comissionado permanecendo como integrante da base do FEMN

Parei aqui
Parágrafo Único – As companheiras que não se adquarem aos deveres, serão desligadas da coordenação, após a avaliação das coordenadoras, permanecendo como integrante da base do FEMN.
Art 4° - DAS REPRESENTAÇÕES:
4.1 – Para representar o FEMN a nível Municipal, estadual, Nacional e Internacional, as companheiras terão que ter participações efetivas nas atividades desenvolvidas pelo FEMN, cumprir com suas obrigações financeiras, realizar os desdobramentos junto as bases do FEMN.
4.2.1 - A Coordenação (dentro dos critérios do item três)
4.2.2 – As instituição da base do FEMN
Art. 5º - DAS COMISSÕES:
(22)- As comissões serão de Trabalho e política e poderão ter mais de uma instituição na sua composição
(23) - Os trabalhos realizados pelas comissões e seus resultados serão apresentados nas reuniões de coordenação e nas plenárias.
5.1 – COMISSÕES DE TRABALHO:
(24)- Finanças/captação de recursos
(25)- Secretária
(26)- Comunicação
(27)- Estrutura
5.2 – Comissões Políticas
(28)- Educação
(29) - Saúde
(30)- Trabalho
(31)- Habitação
(32)- Sindical
(33)- Comunitária


Art. 6° Das Delegações:
(34)- A Coordenação do FEMN dentro dos critérios que se aplica para as coordenadoras;
(35)- As instituições base do FEMN, respeitando e priorizando as participações do FEMN;
(36)- As instituições atuantes nas comissões de trabalho e política
(37)- Os critérios quantitativos das delegações serão definidos pela coordenação e apresentados para a plenária;

Rio de Janeiro, de junho de 2002.

Carta de Princípios do FEMNegrasRJ

CARTA DE PRINCIPIO DO FÓRUM ESTADUAL DE MULHERES NEGRAS RJ


A história de luta das Mulheres Negras por seus direitos, é tão longa quanto a história deste país, embora não seja reconhecida, contada ou visibilidade, senão pelos esforços das próprias Mulheres Negras e suas organizações. Ao lado dos indicadores socioeconômicos, as práticas de discriminação racial cotidiana sejam institucionais ou em atitudes pessoais, demonstram que o preconceito racial permanecem como uma das maiores manifestações de desigualdades, intolerância e injustiça e, que vem marcando de forma cruel e perversa a realidade brasileira. Falar de Mulher Negra é falar de uma longa história de exclusão, violência, racismo e pobreza.
O racismo, conseqüência inevitável do colonialismo, se incumbiu de excluir a origem africana; enquanto o sexismo se encarregou de eliminar os registros da resistência e luta das Mulheres Negras no Brasil. As Mulheres Negras continuam na luta e reconhecemos o legado fundamental de todas que nos antecederam ao longo de nossa história. E como herdeiras deste processo contemporâneo, vimos desempenhando um papel relevante na construção da democracia em nosso país

O Fórum Estadual de Mulheres Negras tem como política de atuação continuar a luta de Dandara, Luiza Mahin, Rainha Nzinga, Lélia Gonzáles... e, dar visibilidade e empoderar as Mulheres Negras “anônimas” que são diretamente atingidas pela demanda de ausência de políticas que tratem das sua especificidades. Mulheres para quem o direito nunca foi concedido, mas sim arduamente conquistado. Mulheres que tem sido por nós, lentamente resgatada do legado da invisibilidade ao panteon de nossa referência de luta extraindo de lugares circunscritos e grupos específicos para dentro de um espaço de orgulho de ter sobrevivido a despeito do que foi imposto, com orgulho de quem possui o que nunca foi dado, mas conquistado. E neste movimento, excluir do anonimato, da exclusão. O Fórum Estadual de Mulheres Negras busca atuar na interlocução constante com os organismos públicos como forma de dialogar na direção de construção de uma sociedade mais justa e equânime. Neste sentido adotamos como principio:

· GARANTIR A AUTONOMIA E A RESPEITABILIDADE DO FEMN-RJ
· ORGANIZAR OS FMMN NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
· ESTABELECER PARCERIAS COM AS REDES ,CONSELHOS, ARTICULAÇÕES,FÓRUNS E DEMAIS ORGANIZAÇÕES COM REPRESENTAÇÕES NACIONAIS E ESTADUAIS
· RESPEITAR E CUMPRIR O REGIMENTO INTERNO DO FEMBN-RJ
· GARANTIR A SOBERANIA DOS FÓRUNS MUNICIPAIS
· BUSCAR ADVOCACY PARA DESENVOLVIMENOT DAS ORGANIZAÇÕES DE MULHERES NEGRAS
· INTERVIR NAS POLÍTICAS PÚBLICAS FAZENDO O RECORTE DE GÊNERO E RAÇA
· COMBATER O RACISMO E SEXISMO INCONDICIONALMENTE